CARECA LUSTROSA Talvez pela interferência de Mefistófeles em nosso destino tupiniquim estamos tendo que lidar com forças que ultrapassam nosso poder de entendimento, e se faz mostrar em uma, duas ou três figuras, sendo a primeira a protagonista desse medo intestinal. “Shit happens”, já dizia o sábio chinês, mas isso é porque ele não conheceu o Supremo Quarteto Fantástico, também conhecido como Fantástico Quarteto Supremo ou ainda Quarteto Fantástico Supremo. Enfim, a ordem dos nomes não alterará o sumo final do produto. Temos no meio desse bando, que transformaram o Supremo em um balcão de negócios, onde as pautas são decididas de acordo com os ventos políticos do momento, se Boreas toga preta com sombra debaixo dos olhos, se Zéfiro, toga mini saia, com babador Luis XIV ao redor do pescoço. E se por acaso passarem pelo Nirvana, onde nada venta, toga transparente, para evidenciar cuecas dos mais diversos tamanhos, bem como calcinhas, a mais vermelha da capital. A pergunta é simples, como conseguiu macular a imagem de um juiz, que se tornou ministro da justiça, que se tornou o senador mais votado de Santa Catarina? Novamente, a pergunta é, será que Moro garantiu sua candidatura para se blindar de injustas porém factíveis acusações, fruto das ondas revoltosas da política, da ressaca do mar, da invasão das ondas sobre a orla? Ou ele enxergou a possibilidade real de um futuro real, estando mais próximo de seus inimigos para assim combate-los. Ele não é um politico, acostumado a sujar as mãos; ele não é um delator, por ora; ele não é mais um juiz, ou seja, ele é apenas Moro, vestindo personagem de um Senador. Com essa máscara ele consegue transitar nos bastidores do poder, um legitimo infiltrado, e ganhando a confiança de seus colegas, passa a colecionar podres verdades, que um dia servirão para a instrução de um processo. O justo e certo, e aquilo que ele teve nas mãos e deixou escapar por não saber puxar saco, da vovo mafalta, do bozo, das freiras com metralhadora, do bispo preto e do presidente. Foi-se a oportunidade de ser indicado para o STF, ter seu nome na boca de cada senador que amanhã seria perseguido por ele. Esse é seu papel, sua função, desconstruir a engrenagem, ou no mínimo colocar uma chave de fendas da correia da máquina administrativa. Ele se livrou de uma cassação porque graças ao bom e eterno cosmos, ainda existem magistrados que não julgam pelo cagaço, que não se preocupam com uma “promoção”, e que fazem a lei ser cumprida literalmente. Agora teremos o TSE, que se provocado por carniceiros terá que julgar o mérito da questão tudo de novo, começando do zero. Ainda sobra mais uma instância para se discutir a questão, o Supremo. Agora pergunto, quem do supremo consegue ficar a vontade ao lado de Moro, que foi e ainda é um gigante desse pais, um dragão da independência. Hoje ele pode estar adormecido, mas aguarda o momento certo para contra atacar, para dar uma patada só e matar os quatro coelhos. Moraes, o cabeça, Gilmar, o bacalhau, Lewandowski a velha múmia, e finalmente Tofolli, o delicinha. Isso sem contar o novo paladino do ínfero graal, ex advogado, ex terrorista, ex ser humano, Christiano Zanin, o puxa saco, ex advogado de Lula, o pirata. Temer foi visitar Lula no hospital, no Sirio Libanes. O que os dois conversaram? Só o diabo pode contar. Isso foi antes desse reboliço que aconteceu na vida de todos. Essa visita é bem suspeita, e atesta o grau de intimidade e afeto existente entre os dois dráculas, dos mais poderosos dos vampiros tropicais. Intimidade perigosa, pois logo caiu o avião que levava consigo Teori Zavascki , juiz responsável pelos assuntos recorrentes a lava jato, e Moraes foi sabatinado para ocupar o lugar do seu defunto colega ainda quando o morno cadáver esfriava no necrotério. Muito estranho isso na minha opinião. Aviões voam, e não caem por acaso. A morte de Teori permitiu a ascensão do Alexandre em questão de dias. Quem disse que Temer e Lula não compartilham de interesses escusos? Talvez sejam até sócios, do que de nada me surpreenderia. Quem disse que a indicação de Moraes, não foi consequência da queda premeditada desse avião? Essa pergunta ninguém saberá, enquanto o silencio for guardado, e não houver uma disputa entre os valetes, que podem muito bem começarem a se digladiar. Quando a pressão aumenta os podres são atirado na cara do outro. Por isso políticos são, apesar de veementes, que é outra coisa, tão controlados em publico. Porque eles sabem que qualquer manifestação de ira denuncia o total absurdo da complexidade ainda humana e sensível que habitam no cume dos seus espíritos. Máquinas que são feitas para iludir. Isso é o que são. Papo furado. Se houvesse um jeito de boicotar as eleições, eu aplaudiria e estaria na primeira linha. Acontece que o esquema foi muito bem costurado, contou com o sedativo que o corona vírus trouxe para todo e qualquer cidadão, e contra atacou quando todos ainda estavam dormindo. Assim se restabeleceu, com a vitória na última eleição, a ditadura da toga. Foi-se pintando ardil e pacientemente um quadro onde o Bolsonaro seria o vilão principal, junto de seus filhos e apoiadores, e ele, meio bronco, com uma péssima assessoria vestiu a carapuça. Quando percebeu era tarde demais, como o homem de ferro ele estava trancado no próprio rosto, e impossibilitado de agir, de pensar, de falar. Minuciosamente gota a gota a oposição, que so leva esse nome mais por ser e viver um fanatismo lulistico, do que ser preenchido de ódio contra um presidente que peca pela falta de educação. Se pensasse que seu passado militar de nada ajudaria com a mídia, toda em sua maioria de esquerda e anti militar, ele teria mudado o tom com que se dirigia aos reportes, com arrogância e desprezo, com falta de paciência, comprando uma briga com a Globo, que não tinha o acesso ao canal presidencial, e sequer conseguiu em um mandato inteiro uma outra entrevista. O que aconteceu? Um esperado enfraquecimento de seu clã e de si próprio, pois sem aliar-se a maior emissora do país, apostando na Record que não passa de um cínico sorriso de um bispo estrume, aos poucos foi percebendo que tinha cometido um grave erro, mas por orgulho, homem vaidoso que é, continuou persistindo no erro até o final, numa cega ignorância. Tudo isso foi deixando aberta uma ferida no Executivo, que não se fechava nunca, como a ferida de Anfortas. O que se passou? O audacioso e violento ministro Alexandre de Moraes, que já se esqueceu da humildade de quando estava na segurança publica, começou a tomar posse da direção, do leme, devido ao desgoverno que estava o país. Cada vez mais ele se tornava indiretamente o presidente do país, pois passou a cercear monocraticamente ações do governo, impondo os limites e os assuntos que podiam ser tratados. Chegou-se ao ponto onde foi proibido, ínsito, proibido chamar o presidiário de presidiário, ou se preferirem, o presidente, de presidiário, ou melhor ainda, porque ele ainda não tinha ganho a eleição por um por cento dos votos; chamar o ladrão de presidiário, o presidiário de ladrão, o ladrão de ladrão, e etc, etecetera e tal. Isso aconteceu. Jornalistas não podiam mais dizer a verdade, sobre pena de multa e até encerramento das atividades do estabelecimento. E ainda acreditam que não estamos reconstruindo uma ditadura, com as próprias mãos, com a própria omissão, com o próprio medo, com a insensibilidade, com o cansaço, com a falência do corpo e da vontade. Sem tesão não se cumpre a obrigação.
FC

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